O Presidente da Conferência Episcopal Francesa, D. Éric de Moulins-Beaufort, deixou uma mensagem ao Presidente da Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, D. Américo Aguiar, onde agradece e congratula a organização do maior encontro de jovens de todo o mundo com o Papa.

Lê a mensagem completa:

"Eminência,

A decisão do Santo Padre, no passado dia 29 de junho, de o nomear cardeal no próximo consistório, chamou sobre si a atenção de todos. Mas a verdade é que os bispos de França, e sobretudo os jovens franceses e os que os acompanharam, regressam a casa maravilhados com o que puderam viver.

As cinco celebrações conjuntas foram encantadoras. Impressionaram e encantaram pela sua simplicidade, pela sua autenticidade, pelas suas raízes na tradição católica e pela imaginação e elegância. Não foram momentos pesados, não houve prolongações desnecessárias, poucos textos mas sempre perfeitamente adaptados e enquadrados com aquilo que os jovens procuram, gestos fáceis de perceber e, ao mesmo tempo, coreografias ousadas e imaginativas, surpresas divertidas como o tiro de canhão que projetou uma nuvem de fitas de papel, o silêncio criado por uma partitura musical de uma beleza e de uma inventividade espantosas... Não sei como enumerar os comentários recebidos de todos. Para todos, cada celebração, desde a missa de abertura até à missa de envio, foi exatamente o que era necessário, cada uma mais bonita do que se poderia esperar.

A organização técnica foi igualmente notável: as entradas e saídas dos recintos decorreram da melhor forma possível; a polícia, os bombeiros e os serviços de saúde foram extremamente eficientes e respeitadores.

O tempo ajudou-vos. As noites foram suavemente amenas; o vento refrescou e fortaleceu constantemente os peregrinos. A cidade de Lisboa tem um enquadramento magnífico, onde o mesmo olhar abraça a serra e o mar, a cidade e o campo, e a história e a atualidade ergueram edifícios interessantes e encantadores, criando uma cidade ideal para passear, rica em história e cheia de energia.

Os franceses tiveram a benesse de terem vindo em tão grande número para participar nesta JMJ. Estes dias foram uma graça de Deus, depois do covid e da revelação, em todas as nossas Igrejas, das violências cometidas por padres. Os jovens precisavam de se encontrar na confiança, na liberdade e na alegria da fé, e vocês, os portugueses, ajudaram a que isso acontecesse. A semana dos dias nas dioceses já tinha preparado grupos e indivíduos para as graças de Lisboa.

Peço-vos que transmitam à maestrina da orquestra e aos jovens músicos e cantores, a admiração e a gratidão dos franceses, que digam aos bailarinos e ao seu coreógrafo ou coreógrafos como ficámos impressionados com o seu empenho e talento, e que felicitem aqueles que compuseram as partituras para estas grandes celebrações, que nos pareceram de uma qualidade brilhante. O Credo, o Magnificat, o "Eli, Eli, lama sabactani", a evocação dos sons do mundo e da natureza, a passagem do ruído à paz, tudo isto e muito mais permanecerão um encanto. Os solistas foram todos notáveis: o fado da celebração de abertura e o da adoração suspenderam o tempo para nós.

Por último, cada voluntário merece o meu agradecimento em nome de todos os franceses presentes. A sua bondade, a sua firmeza e a sua atenção deram-nos a todos lições de verdadeira caridade.

Eminência, que o Senhor dê a cada um, o cêntuplo do que deram. Que possa ter um pouco de descanso antes da emoção do próximo consistório. Espero poder ir e exprimir-vos a minha gratidão no Senhor.

Entretanto, Senhor Cardeal, ofereço-lhe a minha respeitosa comunhão no Senhor e a minha gratidão, assim como a dos bispos e dos jovens de França.

+ Éric de Moulins-Beaufort
Arcebispo de Reims
Presidente da Conferência Episcopal de França"

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