O Santo Milagreiro de Lisboa
Celebramos hoje, dia 13 de junho, o dia de Santo António, um dos Patronos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023, escolhido por ter dedicado toda a sua vida a Jesus Cristo e à pregação. Para o conheceres melhor deixamos aqui dez curiosidades sobre a sua vida:
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Batizado com o nome de Fernando de Bulhões, Santo António nasceu a 15 de agosto de 1195, na rua das Pedras Negras, junto à Sé de Lisboa. É neste local que hoje podemos visitar a Igreja de Santo António, onde se encontra uma relíquia.
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Santo António começou por estudar na escola da Sé Catedral, iniciando depois os estudos teológicos no Mosteiro de São Vicente de Fora, onde tomaria o hábito de Cónego Regrante de Santo Agostinho. Prosseguiu depois a sua formação teológica no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra. Terá sido a chegada das relíquias dos Santos Mártires de Marrocos, em 1220, que o levou a tomar o hábito franciscano e a assumir o nome de António, recolhendo-se depois no Eremitério de Santo Antão dos Olivais, onde atualmente se encontra a Igreja de Santo António dos Olivais.
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Em 1228 assistiu à canonização de São Francisco, ano em que se deslocou também a Ferrara, Bolonha e Florença. No ano seguinte as suas pregações levaram-no a Vareze, Bréscia, Milão, Verona e Mântua, atividade a que passaria a dedicar-se em exclusividade. Em 1231, e após contactos com Gregório IX, regressou a Pádua, tendo a Quaresma do ano seguinte sido marcada por uma série de sermões da sua autoria. Já doente, morreu a 13 de junho desse ano.
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Foi canonizado a 30 de maio do ano seguinte. Quando a sua tumba foi aberta para iniciar o processo de transladação dos despojos, a sua língua foi encontrada incorrupta. Encontrava-se presente São Boaventura, que disse que este milagre era a prova de que a pregação de Santo António era inspirada por Deus. No seu processo de canonização foram considerados 53 relatos de milagres atribuídos a Santo António.
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A arte e criação artística foram sempre uma constante na vida de Santo António e, depois da sua morte, inspirou diversos artistas, encontrando-se atualmente muitas dessas obras patentes em igrejas e museus. A sua imagem foi também utlizada nas antigas notas de 20 escudos, moeda portuguesa que precedeu o euro.
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A 16 de janeiro de 1946 o Papa Pio XII proclamou-o “doutor da igreja universal”, com o título de Doctor Evangelicus. Embora os efeitos da sua pregação não possam ser recuperados, o seu estilo e os conteúdos que abordava podem em parte ser reconhecidos através dos 77 sermões que chegaram até nós e constam da obra Sermões Dominicais e Festivos.
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O culto de Santo António não reside apenas na Basílica que lhe foi erigida em Pádua após a sua canonização, existindo em Portugal diversos templos construídos em sua honra, onde no século XIII já era patrono de cerca de quarenta igrejas espalhadas por todo o país.
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No século XVI os portugueses já o haviam plenamente adotado como principal “Santo Nacional”, como protetor da cidade, das casas e das famílias, advogado das almas do purgatório, advogado dos bons casamentos, protetor dos animais, fazedor de milagres, advogado dos objetos perdidos, ajudante dos que combatem, curador dos doentes, protetor dos náufragos e o que livra os homens das tentações demoníacas, encontrando-se a toponímia em todo o país preenchida com o seu nome.
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Na sequência do terramoto de Lisboa, em 1755, foi feito um peditório para reconstruir a Igreja de Santo António que ficara parcialmente destruída. A partir de então, o Castelo e Alfama começaram a celebrar Santo António durante o mês de junho, festividades denominadas por Santos Populares, que também integram S. João e S. Pedro.
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Por ocasião da sua visita a Portugal, em 1982, o Papa João Paulo II entrou na Igreja de Santo António e desceu à cripta para rezar, tendo depois inaugurado a estátua de Santo António que se encontra no exterior e em cuja base se encontram os elementos dos milagres por ele realizados. Inaugurado em 2014, junto à sua igreja encontra-se o Museu de Santo António, resultante da reformulação do anterior Museu Antoniano criado em 1962, onde se pode conhecer a vida do Santo e a sua relação com a cidade de Lisboa.