Fundação JMJ Lisboa 2023 e DGRSP assinam protocolo
A Fundação Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Lisboa 2023 assinou hoje, dia 17 de fevereiro, um protocolo de colaboração com a Direção-Geral de Reinserção e os Serviços Prisionais (DGRSP), para a construção de 150 confessionários para o encontro dos jovens de todo o mundo com o Papa.
Esta colaboração tem como objetivo envolver a população reclusa na preparação da JMJ Lisboa 2023 bem como promover a reinserção social, após a sua libertação, dos cidadãos reclusos a cumprir pena nos estabelecimentos prisionais de Coimbra, Paços de Ferreira e Porto, através da sua capacitação profissional, do trabalho e da interação com a comunidade.
Na assinatura do protocolo esteve presente, além do presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023, D. Américo Aguiar, o Diretor-Geral da DGRSP, Rui Abrunhosa Gonçalves, e o Secretário de Estado Adjunto e da Justiça, Jorge Alves Costa. Marcaram ainda presença os diretores dos estabelecimentos prisionais de Coimbra, de Paços de Ferreira e do Porto.
O Presidente da Fundação JMJ Lisboa 2023 destacou que este é “um gesto muito simbólico” que tem a ver com o “convite a que os jovens façam um caminho de reflexão interior daquilo que são as suas vidas”, como é o sacramento da Reconciliação.
Além disso, realçou que “tudo aquilo que esteja relacionado com reinserção social e que pudermos ajudar, é bastante positivo”, agradecendo a disponibilidade à DGRSP e aos estabelecimentos prisionais que irão acolher a iniciativa. “Para quem vive o sacramento da Reconciliação, ganha um significado muito especial que estas peças tenham as mãos e o coração dos homens que estão limitados na sua liberdade”, representando “o perdão”, reforçou D. Américo Aguiar.
Já para Rui Abrunhosa Gonçalves, esta é uma iniciativa “louvável”, já que “uma das principais estratégias do tratamento penitenciário é, realmente, o trabalho”. O diretor da DGRSP realçou que “este tipo de trabalho” vai ao encontro de “tudo aquilo que nós devemos entender que é a reinserção social”.
Jorge Alves Costa, Secretário de Estado Adjunto e da Justiça, destacou ainda que outros grandes protagonistas desta iniciativa são os reclusos que vão construir os 150 confessionários e que se deve “investir na reinserção” das pessoas que se veem privadas da liberdade.
Os 150 confessionários formarão parte do Parque do Perdão, um espaço de reconciliação individual e comunitária da JMJ Lisboa 2023, que será disponibilizado na Cidade da Alegria. Em cada confessionário, e em diferentes idiomas, estará disponível um sacerdote para acolher e escutar os jovens peregrinos, convidando-os a fazer o sacramento da Reconciliação.
Além da preocupação em que os confessionários fossem “facilmente replicados”, houve ainda preocupações relacionadas com a sustentabilidade e a inclusão. Neste sentido, conforme adiantou D. Américo Aguiar, os confessionários serão construídos com material reciclado, que será novamente aproveitado após a JMJ Lisboa 2023. Além disso, foram também desenhados tendo em conta a acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida, sendo o banco amovível para permitir a circulação de cadeiras de rodas e tendo a base, no máximo, três centímetros.
A JMJ Lisboa 2023 assumiu como compromisso a inclusão e a sustentabilidade ambiental, assegurando que os temas que o Papa Francisco foca nas encíclicas “Fratelli Tutti” e “Laudato Si”, que refletem sobre a ecologia integral, o cuidado com a casa comum e a preocupação com os mais frágeis como os pobres, as pessoas doentes, os presos e outros grupos considerados à margem da sociedade, são tratados de forma igual ao longo da JMJ Lisboa 2023.
O design dos confessionários, que teve em conta estes os aspetos, foi dado a conhecer ontem nas redes sociais da JMJ Lisboa 2023, tendo sido desenvolvido por voluntários. Foi ainda inspirado numa casa aberta, fazendo lembrar as casas típicas de algumas regiões de Portugal. Apesar de predominar o branco, destaca-se ainda uma faixa amarela e um minimalismo estético, além da simplicidade em termos de estrutura e materiais utilizados.
