Conhece os autores do hino JMJ Lisboa 2023
Pedro Ferreira, professor e músico, compôs a melodia e João Paulo Vaz, sacerdote, escreveu a letra. A proposta foi escolhida entre mais de uma centena de candidaturas.
São amigos, já participaram juntos em vários projetos musicais e quando a organização da Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023 lançou o concurso para eleger o hino do encontro, não hesitaram em concorrer. Pedro Ferreira, professor e músico, e João Paulo Vaz, pároco da cidade de Pombal, pertencem ambos à Diocese de Coimbra, na região centro de Portugal, e criaram o tema “Há Pressa no ar”, hino da JMJ Lisboa 2023 eleito entre mais de uma centena de propostas.
“Quando me telefonaram a comunicar que tínhamos ganho, estava fora do país. Naquele dia, já não vi nada. Estava com um grupo de padres, um grupo de amigos, mas já não vi ninguém…. Era uma alegria imensa”, recorda João Paulo Vaz. “As jornadas mundiais da juventude são um marco na minha vida. Perceber que a letra que fiz ia ser cantada pelo mundo inteiro foi uma enorme alegria.”
O processo criativo partiu da melodia que Pedro Ferreira, de 41 anos, compôs numa “pequena sala, sozinho ao piano”. “Foi pensada para congregar, unir uma comunidade”, adianta o músico que, com outros amigos da “Banda da Paróquia”, grupo musical que integra, pediu ao Padre João Paulo Vaz para escrever a letra. “Não alterando em nada a melodia, e com a guitarra na mão, fui escrevendo, como costumo fazer”, recorda o sacerdote, de 51 anos. “Parti do tema da Jornada do Panamá [“Eis aqui a serva do Senhor. Faça-se em mim segunda a tua palavra” Lc 1, 38], porque achei que devia haver uma ponte com a edição de Lisboa. Depois, meditei também nos temas propostos pelo Papa para cada ano da JMJ”, conta. “O tema da edição de Lisboa [‘Maria levantou-se a partiu apressadamente’ (Lc 1, 39)] levou-me a rever a minha relação com a Mãe e, portanto, o processo criativo da letra tornou-se um tempo de oração muito profundo para mim.”
Os arranjos musicais de “Há Pressa no Ar” são da autoria do músico Carlos Garcia. “Ao ouvir o tema, o Carlos acaba por se apropriar da melodia e num trabalho notável – não lhe mexe na estrutura, na forma – enriquece-a de uma forma única”, sublinha Pedro Ferreira que, entre vários projetos musicais, foi fundador da banda portuguesa Anaquim.
Já depois da fase de seleção, a letra também foi ajustada. “[A organização da JMJ] propôs-nos mais uma estrofe com uma referência explícita a Isabel”, adianta João Paulo Vaz. “É muito interessante também porque, tal como diz o tema da JMJ de Lisboa, Maria saiu apressadamente ao encontro de Isabel. O convite é que cada um possa também sair apressadamente ao encontro de tantos com tantos nomes.”