Começou o itinerário espiritual dos Símbolos da JMJ em Angola
Foi com uma missa celebrada ao cair da tarde desta sexta-feira, na Igreja da Sagrada Família, em Luanda, que Angola assinalou o início da peregrinação, em seu território, da Cruz de Cristo e do ícone de Nossa Senhora, rumo à edição 2023 da Jornada Mundial da Juventude, convocada pelo Papa Francisco, para realizar-se em Lisboa, Portugal.
Presidiu à celebração de acolhimento aos símbolos Dom Filomeno do Nascimento Vieira Dias, Arcebispo de Metropolita de Luanda e Presidente da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST).
Diante de uma assembleia carregada de moldura humana superior à expectativa, face às circunstâncias impostas pela pandemia da COVID-19, o prelado disse que os símbolos que Angola acaba de receber estão carregados de histórias, emoções e fortes experiências de fé, marcados por vivências, encontros e momentos luminosos na vida de milhares de fiéis, ao longo dos anos e de percursos nos diferentes continentes do mundo.
O Arcebispo de Luanda disse que os cristãos angolanos, ao acolherem estes símbolos na sua terra, afirmam que no centro da sua história e da sua vida continua a estar, em termos absolutos e de uma maneira totalizante, o mistério de Cristo, redentor do homem, o Caminho, a Verdade e a Vida.
“Ao receber a Cruz, professamos a nossa fé n’Aquele que nos ama infinitamente, o Senhor Jesus, cujo mistério pascal celebramos a cada Domingo”, disse Dom Filomeno, durante a homilia da missa que foi concelebrada por Dom Belmiro Cuica Chissengueti, presidente da Comissão Episcopal da Juventude, Vocações, Pastoral Universitária e Escutismo e por dezenas de sacerdotes, com destaque para o padre Filipe Diniz, coordenador da Pastoral Juvenil da Conferência Episcopal portuguesa.
Os jovens de Luanda apareceram em peso na missa de receção aos símbolos da JMJ e foi a eles a quem o Arcebispo dirigiu um vigoroso apelo no sentido de que caminhem nas pegadas de Cristo. “Ele é a vossa meta, o vosso caminho e o vosso prémio. Convido-vos, portanto, a formar-vos na fé que dá sentido à vossa vida e a fortalecer os vosso corações, para assim puderem permanecer firmes face às dificuldades de cada dia”, disse.
A receção simbólica da Cruz e do Ícone Mariano, pela Igreja de Angola, ocorreu ao início da celebração, tendo o padre Filipe Diniz, em nome da Igreja de Portugal, confiado aos bispos angolanos a dedicação e o zelo pelos símbolos acabados de chegar a Angola, para os efeitos pretendidos no contexto da peregrinação, durante esta jornada que vai continuar por vários dias, em diferentes dioceses angolanas.
Participou da missa o embaixador de Portugal em Angola, Dr. Pedro Pessoa e Costa, acompanhado pela esposa, a embaixatriz Ana Pessoa e Costa, bem como pela Cônsul Geral de Portugal em Luanda, Cláudia Boesch.
Os bispos católicos angolanos admitem que era seu desejo que todas as dioceses pudessem acolher estes símbolos nas respetivas sedes, o que se mostra, para já, impossível, isto devido a questões ligadas ao transporte dos mesmos e sua conservação, convidando por isso mesmo os fiéis a deslocarem-se para as dioceses mais próximas e assim poderem realizar a sua peregrinação.
A Cruz da JMJ foi entregue pelo Papa João Paulo II aos jovens, em abril de 1984, e marcou o início de uma peregrinação da juventude de todo o mundo; em 2000, o mesmo pontífice confiou aos jovens uma cópia do Ícone de Nossa Senhora ‘Maria Salus Populi Romani’.
As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
O anúncio da escolha de Lisboa como sede da próxima edição internacional da JMJ foi feito pelo Vaticano, a 27 de janeiro de 2019, no final da Jornada que decorreu no Panamá.
As edições internacionais destas jornadas promovidas pela Igreja Católica são um acontecimento religioso e cultural que reúne centenas de milhares de jovens de todo o mundo, durante cerca de uma semana.
(Texto: Alexandre Cose, Coordenação de Escuteiros Católicos de Angola)